O conservadorismo, enquanto doutrina política, fixa-se numa filosofia do tempo que entrevê um elo indissociável entre passado, presente e futuro; onde um complementa o outro sem entrarem em conflitos e, juntos, fazem o fio condutor da história. O contrário do espírito revolucionário que se mantém inconformado com o presente e antagônico ao passado e, quer sacrificar a ambos em detrimento de um hipotético futuro promissor engendrado meticulosamente a partir de certos cálculos meramente apriorísticos. A genuína mentalidade revolucionaria não compreende, ou não aceita, que uma sociedade não é o produto de um momento ou de um projeto de poder, mas o resultado comum do esforço de sucessivas gerações para se organizar, se desenvolver e, acima de tudo, sobreviver. E, nesta tarefa de sobrevivência e desenvolvimento, uma associação se fez fundamental. Aquela que se dá “entre os vivos, os mortos e os que estão por nascer”, como vai consagrar em seus escritos a pena de Edmund Burke.
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