O grande paradoxo do célebre tratado militar de Sun Tzu, "A Arte da Guerra", é exatamente o de expor os horrores da guerra enquanto aconselha a melhor forma de realizá-la.
A grande questão oculta nele, emprestada do taoísmo, é o reconhecimento de que a guerra é terrível, mas também inevitável, e o seu aconselhamento se dá precisamente numa abordagem de "suavização do horror". Ora, se a guerra é inevitável, cabe ao bom governante e estrategista tratá-la com muita seriedade, e só enviar seus soldados para as batalhas que possam efetivamente ser vencidas.
Em realidade, o que Sun Tzu nos ensina é que quase todas as batalhas já estão ganhas ou perdidas antes mesmo de haverem se iniciado. É precisamente o conhecimento das inúmeras variáveis envolvidas na guerra que faz os vencedores e os perdedores.
Mas a excelência suprema ainda se encontrava em conhecer tão bem o inimigo ao ponto de conseguir vencê-lo sem que nenhuma batalha fosse necessária: seja pela diplomacia, seja pela propaganda, seja pelo suborno ou até por vias mais obscuras. Evitar o derramamento de sangue seria sempre uma estratégia superior, uma legítima arte.
O editor.
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