Quando, por fim, consegui cair num sono mais profundo, sonhei com uma árvore que estendia em ritmo acelerado as suas ramagens para o céu. O seu tronco aumentava, contorcia-se e rachava, enquanto apareciam folhas, que se multiplicavam e depois caíam, dando lugar a novos rebentos. Ao aproximarmo-nos, víamos sobre a sua casca milhares de pequenos pontos pretos que se mexiam. Não eram formigas, mas humanos. E, aproximando-nos mais, podíamos vê-los: bebés a gatinharem, depois a levantarem-se, tornando-se crianças, adultos e depois velhos. Também para eles o tempo se acelerava. Cada vez mais cachos de pontos pretos jorravam na casca desta árvore gigante. E, à medida que a árvore se estendia, o número de pontos crescia.
Do mesmo autor, Bernard Werber, das trilogias O Império das Formigas, O Ciclo dos Deuses e o recente Terceira Humanidade. Outros romances do autor: O Império dos Anjos, O Último Segredo e O Espelho de Cassandra e A Borboleta das Estrelas.
Contos / Literatura Estrangeira