A BANHEIRA DE JANET LEIGH

A BANHEIRA DE JANET LEIGH Joel Rufino dos Santos


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A BANHEIRA DE JANET LEIGH





Após um livro de memórias publicado no ano passado, Assim foi (se me parece), Joel Rufino dos Santos está de volta aos temas que o consagraram: história, literatura e cultura. Com um raciocínio ágil e uma erudição de tirar o fôlego, o historiador e romancista apresenta, em A banheira de Janet Leigh, seis ensaios que podem ser lidos em conjunto ou separadamente. Como o próprio autor define, os capítulos “são balões de ensaio, tanto no sentido de pequeno balão que se solta antes do grande, para saber a direção dos ventos, quanto no de experiência para testar uma hipótese”, uma tentativa de entender a sociedade contemporânea por meio de uma proposta interdisciplinar – ou “indisciplinada”, como ele mesmo diz.

Debruçado sobre seu tempo, Joel Rufino dribla o senso comum para compreender as transformações e as características do mundo em que vivemos. Com uma boa dose de humor e perspicácia, o professor de Literatura da URFJ articula universos aparentemente distintos para refletir, com serenidade e método, tanto sobre o racismo à brasileira quanto sobre a história e a obra do escritor Paulo Coelho, por exemplo. Dispensando clichês, o autor sugere reflexões desconcertantes, deixando para os seus leitores um número maior de perguntas do que de respostas.

No capítulo de abertura, “A porta condenada”, Joel Rufino dos Santos discorre sobre o anseio de juventude de nosso tempo, a crise do sentido, o papel do desejo e o caráter quase quântico da transmissão da memória, oferecendo uma proposta subjacente e radical de atualização do ensino de história. Em seguida, toma emprestada uma expressão do poeta João Cabral de Melo Neto, Museu de tudo, para discutir o nosso continente, um território ilusoriamente ocupado por dois povos: um que faz cultura e outro que faz política.

Analisando os discursos contemporâneos sobre ciência, ética e filosofia em “As singularidades existentes”, o autor revela a provocadora história que está por trás do título do livro: a jovem do interior de Minas Gerais que sonhava em ser branca como as estrelas de Hollywood. Ainda sobre o racismo à brasileira, Joel Rufino demonstra a presença e a herança africana no país em “A cidade e a falha”, trazendo para o diálogo importantes cânones de nossa literatura e reafirmando os laços entre a ficção e a história produzida nas universidades.

Da experiência nas salas de aula, Joel Rufino dos Santos lembra de duas perguntas frequentes sobre o escritor Paulo Coelho em “Um anjo chamado mouse”. Por que o autor fez tanto sucesso, dentro e fora do país? Por que os professores de Literatura o consideram tão medíocre? No capítulo final, “Netuno de Sevilha”, o historiador investiga a modernidade e a religiosidade brasileiras, asseverando, dialeticamente, que são as ondas e contraondas, pequenas e grandes, que dão o corpo e a alma que o Brasil tem hoje.

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