O livro trata da saudade, examinando-a não como um traço fixo, intemporal, situado acima das contingências históricas. Diferentemente disso, a saudade entre os recifenses tem uma trajetória e uma história, ganhando expressão literária nas primeiras décadas do século XX, tanto por parte daqueles que se foram do Recife em direção ao centro político da República, o Rio de Janeiro, como daqueles que permaneceram na província. As sensibilidades desses indivíduos foram partilhadas e fortalecidas pelas aproximações que eles mantiveram entre si, disseminando-se na poesia, no ensaio, na ficção, no memorialismo, e se abasteceram na mesma fonte: a cidade do Recife, onde eles tinham enraizado suas vidas.