A Casa da Morte Certa, o segundo livro do autor, foi publicado pela primeira vez em Paris, em 1942.
Nos livros de Cossery expõe-se uma concepção da vida que tende a formular um verdadeiro modelo filosófico. A ambição, no sentido quantitativo, é a causa de todas as desgraças do mundo. Aquele que só espera da vida o prazer de simplesmente fruir a existência, em si mesma, por si mesma, fica liberto de todas as preocupações invasoras, dificultando do mesmo passo as imposições dos poderosos.
Na Casa da Morte Certa, «as crianças dormem tranquilas. Nunca se queixam. O homem, esse, queixa-se porque percebe que é um escravo. Procura sair disso, grita, debate-se, mas nada acontece. As crianças são a força que se erguerá, um dia, da lama dos bairros populares. Uma força imensa e explosiva que nada mais poderá deter. Vinda do fundo das vielas submergirá as praças e as avenidas. Rebentará como um mar tempestuoso, atingindo, desta forma, o rio, as ilhas adormecidas, no esplendor dos palácios. Aí, deter-se-á, por fim. Respirará vigorosamente. Terá atingido o seu objectivo.