Cuida-se neste livro de um ensaio, um ensaio sobre a cegueira da justiça, um escrito breve e flexível, situado algures entre a meditação poética e o exercício dogmático. A escritura deste ensaio vem sendo tecida há muitos anos, em muitos lugares - Florença, Genebra, Bolonha, Veneza, Paris, Boston, Berna, Haia, Londres... Longe de significar qualquer falta de unidade ou harmonia entre as distintas partes deste ensaio, essa circunstância explica, sim, a multiplicidade de influências, referências e literaturas costuradas ao longo do texto, uma cosedura feita com a linha das conclusões desprovidas de pressa.