A dama de branco e outros contos / Nathaniel Hawthorne ; trad. Ana Moura. Lisboa : Estampa, 1991.
Não se trata, estrito senso, de contos, mas de parábolas com um fundo moral um tanto quanto difuso. Por isso, não há personagens, mas tipos: o enredo anda a serviço da exposição de uma tese, herança da literatura pré-realista, da qual o autor ainda é tributário. São nove narrativas - sendo que a última, "Lendas da Casa Provincial", se desdobra em quatro histórias - que beiram ao absurdo, pois nascem sempre de emblemáticas situações-limite. O destaque, sem dúvida, vai para "Wakefield", um homem que um dia, sem qualquer propósito, deixa sua casa e instala-se incógnito numa rua vizinha, onde passa a viver. Vinte anos mais tarde, retorna como se nada tivesse acontecido. Personagens estranhas ou bizarras povoam as páginas de Nathaniel Hawthorne: "A dama de branco" que espectral atordoa a cidade com seu mistério; o noivo abandonado que se vinga dezenas de anos depois ("O dobre nupcial"); os velhos que aspiram à eterna juventude ("A experiência do doutor Heidegger"); o homem que destrói sua casa buscando um cofre cheio de ouro ("O tesouro de Peter Goldthwaite"); um religioso que denuncia a hipocrisia de sua comunidade ("O véu negro do pastor"); os fantasmas que habitam os cômodos da velha "Casa Provincial"; as metáforas da arte contidas em "O artista do belo" e "A estátua de madeira".
Aventura / Contos / Drama / Ficção / Horror / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério / Terror