Este livro, em sua quinta edição, revista e ampliada, representa um raro desafio. Começa na pré-história do continente africano, que se confunde com a própria pré-história do homem, e termina em 1500, época em que muitos outros livros de história começam. Somente uma frase, a última, depois de mais de novecentas páginas, permite antever o início da era moderna, mais próxima e mais conhecida: “Não se estranhará, por isso, que os congos, e talvez outros povos antes deles, confundissem com baleias as formas bojudas que se aproximavam de suas costas e traziam os portugueses”. Apoiado em vastíssimo material arqueológico, antropológico e histórico pouco conhecido no Brasil, "A Enxada e a Lança" descreve povos e etnias, técnicas agrícolas e de navegação, expressões religiosas e artísticas, reinos extintos, cidades desaparecidas,
costumes e crenças, línguas e dialetos, tratando sempre da África negra.