A escola pública como local de trabalho

A escola pública como local de trabalho Celestino Alves da Silva Junior


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A escola pública como local de trabalho





Silva Junior inicia o livro criticando a forma como os conteúdos são trabalhados nas escolas públicas em geral. Via de regra são desenvolvidos de forma segmentada, sem que sejam feitas as devidas relações entre os conhecimentos e muito menos a análise crítica dos mesmos. Aborda também um certo gigantismo da estrutura burocrática, onde a burocracia ocupou o espaço da reflexão e da prática pedagógica, ou seja, as atividades meio foram valorizadas em demasia em detrimento das atividades fins.
Como o Estado brasileiro é essencialmente privatizado e sob o domínio do capitalismo, negligencia a Escola Pública enquanto instituição. Consequentemente esta mesma Escola deixa de contribuir para que os alunos e futuros cidadãos, venham a descobrir as suas reais potencialidades e aprendam a “andar com os próprios pés”. Inclusive, de forma dócil e acrítica, os alunos desde cedo vão assimilando a segmentação das funções do mundo do trabalho e a quase pré determinação da função daquele aluno: um futuro trabalhador. Segmentação esta que dificulta a compreensão da realidade do trabalho e a realização humana através dele. Neste sentido Silva Junior cita à pág 41 e 42.

“Inviabilizados os ofícios e sua aprendizagem autônoma, inviabilizaram-se também as possibilidades de realização da plenitude humana pelo trabalho. Impedido de realizar a si mesmo como pessoa humana, o homem passou a ocupar-se do outro homem, não para ajuda-lo em sua realização no trabalho, impossível sob o capitalismo, mas para utilizá-lo como suporte e instrumento da realização de seu interesse individual. Sufocou a solidariedade e erigiu a competição como seu valor principal. Para materializa-lo, rendeu-se, finalmente à hierarquia”.

Retomando o espaço específico da escola, o autor aborda a situação predominante da maioria das escolas públicas brasileiras que se prolonga até os dias de hoje. Ele refere-se a um certo tradicionalismo e imobilismo, motivado, entre outros fatores, por diretores que se comportam muito mais como “agentes administrativos” do que como educadores. Diretores que se preocupam em demasia em cumprir as orientações, determinações, comunicações,..., oriundas das instâncias “superiores”, sem ao menos questioná-las, mesmo que das quais discordem.
Considerando a crítica que o autor faz a esta quase que completa subserviência de certos diretores, o mesmo passa a enfatizar o destaque que o trabalho pedagógico deve ter no ambiente escolar. Neste tocante à página “58” faz a seguinte colocação:

“As escolas não existem para serem administradas ou inspecionadas. Elas existem para que as crianças aprendam”.

E levando-se em conta que o ambiente escolar é um local de trabalho, este aprendizado deve acontecer de forma criativa, humana e baseada em situações onde o paradigma da cooperação substitua o da competição. Solidariedade esta que deve motivar o aluno a ter um olhar além “muros” escolares, a fim de compreender e se possível e necessário, contribuir na melhoria da realidade que o cerca.
De um modo geral a escola pública é mais do que uma escola privada, pois incumbe-se de pensar e realizar a educação do conjunto da população. Por conseguinte, embora esta escola não seja a única responsável pelas desigualdades sociais, não pode por outro lado, cristalizar ou aprofundar estas desigualdades. Muito pelo contrário, através de uma postura democrática deve combatê-las. (http://resumos.netsaber.com.br/resumo-127467/a-escola-publica-como-local-de-trabalho).

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Discussões boas para...
on 7/9/20


desmistificar a escola como um local de "missão". Muito bom!... leia mais

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