A Espiritualidade do Deserto e o Ministério Contemporâneo

Chegamos ao Terceiro Milênio da era cristã. Temos o que celebrar? O que se espera do homem e da mulher chamados a entrar no turbilhão e na agonia dos tempos e pronunciar uma palavra de esperança?

Nós que somos ministros em paróquias, escolas, universidades, hospitais e prisões temos dificuldade para cumprir nossa tarefa de fazer a luz de Cristo brilhar nas trevas. Entre nós, há muitos que se adaptaram bem demais à letargia geral. Há outros que estão cansados, exaustos, desapontados, amargurados ou simplesmente entediados. Outros permanecem ativos e envolvidos - mas acabam por viver mais em seu próprio nome que no Nome de Jesus Cristo. Como continuar cheios de vitalidade criativa, de zelo pela Palavra de Deus, de desejo de servir e de motivação para inspirar nossas congregações quase sempre entorpecidas? Onde devemos procurar alimento e força? O que podemos fazer para aliviar nossa fome e sede espiritual?

Estou interessado em uma fonte de inspiração primitiva que, por sua retidão, simplicidade e solidez, conduz-nos sem desvios ao centro de nossa luta: os monges e monjas que viveram no deserto egípcio nos séculos IV e V. Eles nos abrem uma perspectiva muito importante sobre nossa vida de ministros no início do século XXI.

Antão, Agatão, Macário, Teodora, Sara e Sinclética foram líderes espirituais no deserto. Ali se tornaram testemunhas contra os poderes destrutivos do mal, testemunhas do poder salvífico de Jesus Cristo.