A Fé Batista

Com o coração transbordando de alegria e gratidão ao Senhor nosso Deus, apresentamos aos cristãos de língua portuguesa esta coletânea de documentos confessionais que representam muito bem a fé batista — a qual cremos e confessamos ser a expressão moderna mais biblicamente fiel da fé cristã verdadeira, ensinada por Cristo e seus apóstolos.

Primeiramente, temos os quatro grandes credos da cristandade: Credo dos Apóstolos, Credo Niceno, Credo de Calcedônia e Credo de Atanásio — os quais deixam transparecer nosso caráter ortodoxo quanto às doutrinas centrais da fé cristã bíblica e histórica, especialmente quando à verdadeira doutrina de Deus e da Santíssima Trindade — “O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus”.

Passamos, então, às confissões e chegamos ao período de ouro do confessionalismo daqueles cristãos que se apegavam fortemente ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus e que viriam a ser chamados de batistas. Ali encontramos suas duas grandes confissões: a Confissão de Fé Batista de 1644 e a de 1689. Nelas encontramos a confissão doutrinária e o pensamento teológico maduros de um movimento de reforma espiritual que contou com homens como Henry Jessey (1603-1663); John Spilsbery (1598-1668); Hanserd Knollys (1599–1691); William Kiffin (1616–1701); Benjamin Coxe (1646); Nehemiah Coxe (1688); William Collins (1702); Hercules Collins (1647–1702) e Benjamin Keach (1640-1704). A fé esboçada nessas confissões, além de apossar-se do legado teológico trinitário e cristológico dos cristãs primitivos bem como das grandes verdades enfatizadas pelos reformadores e pelos puritanos ingleses, dá um passo adiante e apresenta um sistema doutrinário pactual, congregacional e credobatista biblicamente fiel, historicamente bem fundamentado, teologicamente reformado, doutrinariamente abrangente e confessionalmente brilhante — em uma palavra: genuinamente cristão, bíblico, histórico, reformado, batista e confessional.

Em seguida, vêm os catecismos que foram desenvolvidos para o ensino prático das doutrinas cridas por aqueles cristãos fiéis, especialmente para crianças e novos cristãos. Temos quatro dos principais catecismos da tradição batista: Um Catecismo para Criancinhas & Pequeninos (1652 - Henry Jessey); Catecismo Ortodoxo (1680 - Hercules Collins); O Catecismo Batista (1693 - William Collins & Benjamin Keach); Catecismo Puritano (1855 - C.H. Spurgeon). É digno de nota que o Catecismo Puritano publicado pelo grande Charles Spurgeon cerca de 200 anos após o início do confessionalismo batista, conservava perfeitamente os fundamentos da fé confessada pelos pais batistas, inclusive Benjamin Keach, que no passado foi o pastor da mesma igreja que Spurgeon pastoreou durante todo o seu ministério.

Finalmente, decidimos acrescentar, como apêndice, a excelente Declaração de Fé e Prática da Igreja de Jesus Cristo, que é um documento doutrinário usado pelo célebre John Gill em sua igreja para ser lido e consentido por ocasião da admissão de membros. Ali podemos ver o confessionalismo batista sendo posto em prática e as principais doutrinas da fé aplicadas de modo muito bíblico e piedoso no contexto da expressão visível do corpo de Cristo — a igreja local.

Terminamos apelando para os cristãos de forma geral, e para os batistas em particular, que examinem a fé bíblica aqui fielmente exposta “perguntando pelas veredas antigas” da fé cristã verdadeira, “pelo bom caminho” de Cristo, para “andarem por ele”, seguindo o Cordeiro para onde quer que vá (Jeremias 6:16; Apocalipse 14:4).

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