A Fome de Todos Nós

A Fome de Todos Nós Dave Eggers


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A Fome de Todos Nós





Depois do best-seller de memórias Uma comovente obra de espantoso talento, e do romance You Shall Know Our Velocity, o jovem autor americano Dave Eggers estréia como contista em A fome de todos nós. Em 15 contos, o escritor trata da fome dos seres humanos, que não sabem bem o que desejam – mas desejam – e querem passar da superfície do mundo – ainda que, humanos, também não saibam bem como. Dois amigos criam uma relação amorosa, por alguns dias, mesmo sabendo que ela não terá futuro, e nem é tão desejada; uma mulher sobe a montanha Kilimanjaro em busca de um triunfo na vida, apesar de não entender o que a levou até ali; um senhor luta para que sua morte ocorra no meio de um evento festivo, repleto de conhecidos e desconhecidos.



Em A fome de todos nós, Dave Eggers continua a usar as viagens como metáfora da busca, mas sem que ela seja óbvia e se torne um clichê. É nos pensamentos e nos atos mais cotidianos que o autor mostra essa fome de que mesmo os personagens não se dão conta em certos momentos. Suas vidas não são extraordinárias, e suas viagens também não, ainda que possam parecer, à primeira vista. Mais do que isso, as viagens têm fim. Porém, no Egito, na Tanzânia, na Escócia, na Costa Rica ou mesmo numa estrada na Califórnia, os personagens não conseguem deixar para trás suas questões, que lhes acompanharão aonde quer que eles vão.



Apesar de terem seres humanos em busca de transcendência, seja numa montanha ou numa visita ao amigo que tentou suicídio e está no hospital, os contos de Eggers vão da ironia à melancolia, das histórias curtas, emblemáticas, e mesmo experimentais, a narrativas longas, com personagens construídos detalhadamente. Às vezes, bastam duas páginas para falar sobre um homem no jardim, à espera da mulher; ou sobre uma mãe em casa, à espera do filho adolescente. Quando não estão sozinhos, os personagens criados por Eggers sofrem para se relacionarem. São personagens no limite, ainda que nada objetivamente grave lhes afete.



Em histórias inéditas e outras publicados nos EUA antes do lançamento de A fome de todos nós – dois contos foram consideráveis notáveis no Best American Short Stories 2004 –, Eggers prova que é um dos mais talentosos escritores de sua geração, e veio para ficar. Com seu estilo cru, que não deixa a delicadeza de lado, ele consegue falar sobre o ser humano até quando o protagonista é Steven, um cachorro falante que pensa sobre sua vida enquanto se afoga num rio. Ou quando insere diálogos entre seres inanimados ou metafóricos. Deus e o oceano conversam enquanto dois amigos tentam encontrar, um no outro, algum sentido para suas vidas.

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Laís
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04/12/2009 17:01:47

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