Por mais que o autor lote suas páginas de metaliteratura, o romântico e o rebelde que nele moram sempre consegue encontrar uma brecha para erguer o braço, protestar contra a injustiça e reivindicar os direitos da história.
Raimundo Carrero narra que esse livro surgiu em 1973, originariamente pensou fazê-lo peça de teatro. Foi para a fazenda da sogra e escreveu ele durante 12 horas por dia. Gastou exatamente cinco dias para escrever A História de Bernarda Soledade. O autor quiz escrever um livro sobre o poder - o poder supremo, o poder absoluto. Um livro político e armorial, ao mesmo tempo. Mas não queria usar coronéis e generais (que a época faziam no Brasil a Ditadura dos "Assassinos bem vestidos e perfumados" como descreveu Hobsbawm), queria metáforas. "Por isso fui buscar personagens femininas - Bernarda, Gabriela e Inês - que ainda hoje me apaixonam" disse Carrero.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance