As mudanças pelas quais a Igreja Católica passou nas últimas cinco décadas merecem atenção da ciência política, na medida em que implicou novas posturas da instituição com relação ao Estado e ao mundo moderno como um todo. Os católicos conservadores afirmam que a Igreja adotou, a partir do Concílio Vaticano II, as principais ideias do liberalismo político, que haviam sido condenadas por todos os papas do século XIX. Princípios como a liberdade de consciência e a liberdade religiosa, por exemplo, que tantas vezes foram condenadas e proscritas pela Igreja, na década de 1960 passaram a ser defendidas como direitos da pessoa humana. Esse processo, no entanto, não foi simples, mas envolveu disputas e conflitos no interior da hierarquia católica. Neste trabalho, buscar-se-á compreender a condenação ao liberalismo por parte da Igreja Católica pré-Concílio Vaticano II, a maneira pela qual a Igreja adotou premissas dessa doutrina política durante a assembleia conciliar e as principais hipóteses apontadas pelos autores conservadores para explicar essa metamorfose institucional.
Discente: Gustavo Barros Tavares
Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto da Costa Kramer
Parecerista: Prof. Dr. Paulo César Nascimento
Sociologia