Em seu prefácio à edição de 1880 de As Sete Lâmpadas da Arquitetura, Ruskin afirmou nunca ter tido a intenção de republicar a obra, uma vez que os edifícios nela tinham sido "demolidos ou raspados [scraped] e remendados", descaracterizando-se "de uma forma mais trágica que a ruína mais extrema". O termo que designa o procedimento de raspar as pinturas antigas das paredes dos edifícios (scraping), de forma a conferir-lhes unidade e clareza espacial e aparência de recém-construídos, deu origem a uma linha preservacionista tipicamente inglesa, conhecida como Anti-scrape Movement, ou Movimento Antirrestauração - que, alicerçado na "Lâmpada da Memória", coloca-se contra a restauração, advogando, em contrapartida, o cuidado e a manutenção constantes dos monumentos, e constitui uma das bases do debate atual sobre preservação.
Arquitetura e Decoração