A mísera sorte

A mísera sorte Pedro Puntoni


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A mísera sorte


A Escravidão Africana no Brasil Holandês e as Guerras do Tráfico no Atlântico Sul (1621-1648)




Desde os inícios do século XVII, a economia açucareira do Nordeste brasileiro esteve atada à dinâmica do tráfico de escravos africados. O desenho geográfico do sistema colonial, do qual fazia parte o Brasil, compreendia, além do centro comercial de onde e para onde afluíam as mercadorias ou os valores realizados, as duas margens do Atlântico.
Em 1630, depois de tentativa frustrada na Bahia (1624-1625), uma companhia de comércio holandesa conquistou Pernambuco e, em seguida, toda a região produtora situada acima do rio São Francisco. A Companhia das Índias Ocidentais (que havia sido fundada em 1621) viu-se desde o princípio confrontada com a necessidade, não apenas de reconstruir a economia açucareira devastada pelas guerras de conquista, mas de reencaixar a região produtora no circuito mercantil africano. O aprendizado desta necessidade, bem como os primeiros movimentos dos holandeses em busca do controle dos entrepostos de venda de escravos na África nos ajudam a entender a gênese do escravismo moderno...
O debate travado entre os holandeses em torno da moralidade ou da pertinência econômica da utilização da força de trabalho escrava nos novos domínios coloniais revela como a escravidão moderna aparecia como contra-senso ao europeu, mesmo para aqueles envolvidos direta e indiretamente no seu trato. No entanto, apesar de por vezes lamentarem a mísera sorte destes homens feitos instrumentos de valorização de capitais empregados em longínquas terras e de construção dos pilares dos poderes das nações da Europa, os holandeses não deixariam de concluir, como os portugueses, espanhóis ou ingleses, que os africanos eram "indispensáveis" aos objetivos que buscavam. As guerras do tráfico no Atlântico sul revelam uma dimensão fundamental de nossa história colonial. Entender o sucesso e o fracasso da colonização holandesa no Brasil, bem como acompanhar a forma com que lidaram com a utilização e comércio do escravo africano, ajudam a compreender o escravismo colonial e, portanto, a formação da sociedade brasileira.

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