A Ordem Psiquiátrica: a idade de ouro do alienismo

O livro desenvolve como tese central a idéia que a percepção moderna da loucura, aquela que a percebe como problema e nasce com a Revolução Francesa, trouxe consigo elementos que, até hoje, constituem as bases do encargo social do louco e do seu status antropológico. Tais elementos, identificados pelo autor, como a presença, na sociedade, de novos representantes do poder, a atribuição do status de doente ao louco, e a constituição de uma nova estrutura institucional, vão compor, de acordo com a função que exercem, da maneira como se ordenam, do peso político que adquirem, em diferentes contextos históricos, sistemas que se materializam em políticas de saúde mental.
Uma determinada articulação desses elementos possibilita a identificação de dois momentos particulares na história da medicina mental. Aquele que nasce nos anos de 1780 , se materializa na lei de 1838, reguladora do regime dos alienados, e é conhecido
como constituindo “a Idade do Ouro do alienismo” , e o momento inaugurado nos anos 60, do século XIX, denominado pelo autor de Aggiornamento, quando se dá uma recomposição desses elementos que marcará o nascimento da psiquiatria contemporânea.
O texto reconstrói, ao mesmo tempo, o desenvolvimento das estratégias que medicalizaram a loucura , “a desordem social” dentro de um paradigma científico.

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