"A aterradora magnificência de A Paixão Segundo G.H. colocou o romance entre os mais importantes do século. Pouco antes da sua morte, na sua última visita ao Recife, Clarice disse a um repórter que, de todos os seus livros, era esse que 'correspondia melhor à sua exigência como escritora'. A obra inspirou uma gigantesca bibliografia, mas, na época em que foi publicada, parece ter sido quase ignorada". (Benjamin Moser, em Clarice Lispector, Uma Vida).
" - Tu eras a pessoa mais antiga que eu jamais conheci. Eras a monotomia de meu amor eterno, e eu não sabia. Eu tinha por ti tédio, que sinto nos feriados. O que era? era como água escorrendo numa fonte de pedra, e os anos demarcados na lisura da pedra, o musgo entreaberto pelo fio d'água correndo, e a nuvem no alto, e o homem amado repousando, e o amor parado, era feriado, e o silêncio no voo dos mosquitos. E o presente disponível. E minha libertação lentamente entediada, a fartura, a fartura do corpo que não pede e não precisa".
Ficção / Literatura Brasileira / Romance