Ariella é a própria caracterização da "paranóia". Anomalia que vai desde o simples desequilíbrio mental até o delírio confirmado e que, no, entretanto, não se pode, muitas vezes, empregar para qualificar um enfermo. Sem pretender designar uma entidade clínica e nosológica através do vocabulário "paranoia", Cassandra apresenta as extravagâncias e excentricidades de uma jovem, a sobrestimação patológica do "eu" de uma criatura com absurdas ideias megalomaníaca, narcisista, irascível, com seus desencontros afetivos e condutas das mais diversas e despropositadas. Sempre justificando todos seus atos e opiniões, agarrando-se à lógica, ora deprimida na sua inadaptação social, ora excitada, aspirando a glória dos sonhos lúbricos que sua mente torcida por anseios bravos vai criando, Ariella vibra e vive intensamente, confundindo e impondo a dúvida se existe realmente em seu caso uma complicação patológica, ao qual se possa definir e classificar como "paranoia".
Erótico / Ficção / LGBT / GLS / Literatura Brasileira / Romance