Na Barcelona da década de 1930, Colometa, balconista de uma loja de doces, leva uma existência banal ao lado do pai. Durante um baile na praça do Diamante, Colometa conhece Quimet, um jovem impetuoso que se tornará seu marido. Com ele tem dois filhos e passa a criar pombos. A Guerra Civil toma de assalto a cidade, e aos poucos o universo de Colometa se desintegra. O marido parte para a luta, a comida acaba e os pombos representam um jugo insuportável.
Num monólogo de profunda densidade psicológica, Rodoreda contrapõe o sofrimento pessoal da protagonista à dor coletiva de uma Espanha exausta e faminta. A suposta ingenuidade de Colometa, sempre à mercê dos acontecimentos e das pessoas ao seu redor, aparece nas entrelinhas através de uma linguagem elíptica, utilizada às vezes em um sentido ambíguo, com uma discreta ironia, com crueldade e agressividade ou com grande lirismo.
A Praça do Diamante, primeira obra de Mercè Rodoreda apresentada ao público brasileiro, é uma excelente introdução à literatura de língua catalã do pós-guerra e a constatação da força narrativa de uma escritora singular.
Literatura Estrangeira / Ficção / Romance