A Revolução e o Negro

A segunda edição revisada e ampliada de A revolução e o negro - textos do trotskismo sobre a questão negra traz textos seminais sobre a questão racial (muitos inéditos em português), escritos pelos mais importantes trotskistas dos anos 1930 a 1950. Além de textos de Leon Trótski, C.L.R. James e George Breitma, a edição inclui várias fontes primárias essenciais, tais como as resoluções do IV Congresso da III Internacional a respeito do racismo e do trabalhador negro, bem como discussões entre Trótski, C.L.R. James e outros líderes do Partido Socialista de Trabalhadores (conhecido pela sigla em inglês, SWP), representante estadunidense na IV internacional ao longo dos anos de 1930.
Ademais, a edição traz dois textos fascinantes com base no trabalho da pesquisadora sul-africana Cherryl Walker sobre o movimento das mulheres negras, a luta de classes na África do Sul e o apartheid nos anos 1950.
O livro contém também importates intervenções do marxista caribenho C.L.R. James, autor do clássico Os jacobinos negros, sobre a participação significativa de negros nas revoluções burguesas e na Guerra Civil dos Estados Unidos, bem como o papel do imperialismo a África.
Um texto panorâmico e corajoso de James sobre por que os negros dos EUA deviam se opor à entrada do país na Segunda Guerra Mundial aparece nesta edição pela primeira vez em língua portuguesa. Como James argumentou à época: "O verdadeiro inimigo está em casa". Os textos de Trótski, o dirigente da Revolução Russa e fundador da Oposição de Esquerda, incluem uma fascinante troca de cartas com trotskistas negros na África do Sul, relacionando a luta contra o imperialismo britânico às lutas por reformas econômicas e democráticas no país. Já o texto do dirigente trotskista George Breitman argumenta, de modo contundente, que o racismo contra os negros surgiu nas origens do capitalismo, a partir do comércio de escravos.
Há uma historiografia cada vez mais volumosa sobre a atuação teórica e prática da esquerda contra o racismo ao longo da primeira metade do século XX, mas existem muito poucas contribuições a propósito do vibrante movimento trotskista, entre os anos de 1930 e 1950, em relação ao tema. A edição que ora se apresenta ao público aparece para preencher tal lacuna.
- Sean Purdy (professor de história dos EUA na USP).

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