A Sagração da Primavera

A Sagração da Primavera Modris Eksteins


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A Sagração da Primavera


A Grande Guerra e o Nascimento da Era Moderna




"Rites of Spring: The Great War and the Birth of the Modern Age" '-' Paris, 29 de maio de 1913. Première do balé 'A Sagração da Primavera'. Quinze meses depois, as principais capitais européias enviam para frentes de combate milhares de jovens dispostos a morrer em nome de uma nova era política, em que a devastação e a criação trocaram de lugar.

Passando em revista fatos como o vôo de Lindbergh sobre o Atlântico, a publicação de 'Nada de novo no front', de Remarque, e a ascensão do nazismo, o historiador Modris Eksteins descreve de forma original o que foi o período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial e que padrões de comportamento e intelectualidade emergiram do conflito.

A sagração da primavera descreve as origens, o impacto e as conseqüências da Grande Guerra de 1914-1918. O título do livro remete ao famoso balé de Igor Stravinsky -- estreado em Paris pelos Ballets Russes de Diaghilev, com a brilhante performance de Vaslav Nijinsky, em 29 de maio de 1913.

A platéia fica chocada diante do bárbaro ritual que sacrifica uma virgem para que renasça a primavera. A dança da explosiva primavera russa mostrou aos espectadores parisienses uma jovem que personificava a renovação ritual da vida num bailado que culminava com sua morte — Stravinsky dera originalmente à sua obra o título de A vítima. O mito levado à cena não tardou a ser aceito como uma espécie de roteiro para uma Nova Era.

Em toda a parte artistas e intelectuais clamavam por algo novo, por uma "purificação" do mundo. Hermann Hesse, em sua obra "Demian", assevera: "Antes me havia perguntado muitas vezes por que eram tão poucos os homens que conseguiam viver por um ideal. Agora percebia que todos os homens eram capazes de morrer por um ideal". Quinze meses depois, num frenesi de paixão pelo novo, grandes multidões se reuniam nas capitais da Europa em manifestação a favor da guerra, enquanto alguns aclamavam a chegada de um Mundo Novo, milhões de jovens se apresentavam como voluntários para morrer em nome de uma nova era política, em que a devastação e a criação trocaram de lugar.

O balé de Stravinsky, precursor e marco do Modernismo, sugere o seu motivo principal: o movimento, um dos símbolos supremos do século XX. Centrífugo e paradoxal, quando na luta pela liberdade adquirimos o poder da destruição final. É a dança da morte, com sua ironia niilista e orgiástica. Em pouco tempo a Europa se viu diante de todo o horror desse novo tipo de devastação. Quatro anos de guerra de trincheira produziram o fim prometido. "Tudo mudado, mudado completamente", escreveu o poeta Yeats: "Uma nova beleza acaba de nascer". Entretanto, passada a guerra, uma depressão profunda tomou conta da Europa, interrompida apenas por pestes, insurreições, inflação, êxodos. O historiador Modris Eksteins descreve nesta obra as estranhas alterações da consciência humana que a guerra provocou e que padrões de comportamento e intelectualidade emergiram do conflito:

"A Grande Guerra", escreve Modris Eksteins, "foi o momento crítico... do modernismo como um todo. A pulsão de criar e a pulsão de destruir tinham trocado de lugar". O efeito último da guerra foi a versão hitlerista da realidade, revelada na criação e destruição do Terceiro Reich. A sagração da primavera se encerra com o suicídio de Hitler na primavera de 1945 dentro do bunker construído no subsolo da Berlim sitiada'.'

From Publishers Weekly
"In a trailblazing, iconoclastic work of cultural history, Eksteins links the modern avant-garde's penchant for primitivism, abstraction and myth-making to the protofascist ideology and militarism unleashed by WW I," reported PW . "This provocative and disturbing reappraisal of modernism rings with authority."

[From Library Journal] 'A brilliantly conceived and wonderfully written book of cultural and intellectual history that considers the impact of World War I on the 20th century. Ekstein (history, Toronto) begins by arguing that the ballet The Rite of Spring prefigured the mass psychology that was necessary to the waging of the war. He then carefully elucidates how the soldiers who fought experienced and internalized the horrors of the trenches. The last third of the book deals with the postwar era, considering Lindbergh's flight and its effect on Europe, the best seller All Quiet on the Western Front , and the Hitler phenomenon. Like Paul Fussell's The Great War and Modern Memory (LJ 7/75), this will likely become required reading for anyone who seeks to understand the central importance of the I Great War to the decades that followed. For both public and college libraries'.

Artes / Comunicação / História / Não-ficção / Política / Sociologia

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Allysson Falcon
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