as fotos, percebe-se: não devemos olhar diretamente para ninguém, não perguntaremos as horas, não comentaremos sobre o tempo, não teremos contato, nem medo. O medo parece, como o próprio tempo, ter sido dissolvido na paisagem, nos prédios e no duro contraste entre a luz e a sombra, num mundo em que todos passam e ninguém fica. De repente, um raio de sol, um homem limpa a calçada com sua vassoura enquanto alguém pedala e olha. Há esperança no depois; a cidade sobreviverá. Mas não, não seremos os mesmos. Experimentamos o medo da morte. Vivemos e vimos a face da solidão.
Do prefácio de Mauro Calliari.
Fotografia