A psicanálise, dizem, estaria em declínio. Como se, cinquenta anos após a morte de Freud, o essencial de sua mensagem tivesse cumprido sua missão. A própria comunidade está abalada: não sonham alguns com uma psicanálise sem análise, de onde o inconsicente, afinal, seria banido?
"A sombra do objeto projetou-se sobre o eu", escreve Freud para qualificar a melancolia. A melancolia aqui questionada é a de uma geração de órfãos que não consegue endossar a herança dos fundadores. Relendo Freud e Winnicott, Marie Moscovici faz surgir em filigrana o espaço ocupado por Lacan no estado de espírito dos psicanalistas de todas as tendências.