A Taça de Ouro

Pai e filha ficam noivos e planejam se casar simultaneamente. Uma situação curiosa que, por muitos anos, amadureceu na cabeça de Henry James, até se transformar em A TAÇA DE OURO, o último romance que completou, e que foi publicado em 1904. Um grande livro, considerado um dos melhores de James — um dos maiores autores norte-americanos da virada do século XX.

Distante do romance de costumes realista, gênero ao qual seus leitores estavam habituados e no qual James produziu alguns de seus trabalhos mais importantes, A TAÇA DE OURO incomodou muitos críticos na época de seu lançamento, que se desapontaram com o que chamaram de irrealidade.

O primeiro casamento é entre Maggie, a filha de Adam Verver — um milionário americano que coleciona obras de arte — e Amerigo, um príncipe de família nobre, porém empobrecida. Uma clara troca de dinheiro por posição social que não desagradou aos jovens, que nutrem uma honesta atração um pelo outro. O outro, entre Verver e Charlotte, que ele não sabe ter sido amante de Amerigo.

A trama se inicia na Inglaterra, onde muitos dos americanos retratados por James gostariam de estar. O autor, que deixou os Estados Unidos no final de sua carreira, várias vezes escreveu sobre o encontro de culturas. Os conceitos que marcam as mais sólidas fundações do mundo — amor, fé e segurança — são facilmente reconhecíveis neste romance. Mas são utilizadas de maneira bem diferente de obras anteriores do escritor. Uma obra-prima que é uma grande exibição de talento, variedade e força.

Um grande romance praticamente desconhecido em língua portuguesa, publicado pela primeira vez no Brasil, que finalmente chega às livrarias. Livro fundamental em A TAÇA DE OURO mantém até hoje sua atualidade, confirmada pela recente adaptação cinematográfica assinada por James Ivory e estrelada por Uma Thurman e Anjelica Huston.



Henry James nasceu em Nova York, em 1843. Estudou nos Estados Unidos e na Europa e, em 1862, começou o curso de direito, em Harvard. Depois de 1866, passou a viver a maior parte do tempo no Velho Continente, onde escrevia artigos e contos para publicações americanas. Simpático à causa britânica na Primeira Guerra, em 1915 naturalizou-se cidadão do Reino Unido, um ano antes de morrer.