A transfiguração

Durante a segunda guerra mundial, o menino Pierre Urvoy presencia uma cena brutal em que seu pai e sua irmã são cruelmente assassinados por colaboradores do exército Alemão. A imagem de um dos executores fica gravada em sua memória: usando um monóculo com aro de ouro, rouba um pequeno quadro de seu pai. Já adulto, em meados dos anos 70, Pierre vive em Paris e trabalha como historiador da arte. Seu interesse principal é o tema da Transfiguração em Rafael e em outros artistas.

A partir desse argumento, Yves Mabin Chennevière constrói um universo que mescla segredos individuais, artes plásticas, guerra fria e espionagem, e nos pinta um amplo afresco de nossa época. Nele, uma série de personagens oriundos dos mais diversos meios - diplomatas, escritores, artistas, jornalistas - e tendo por cenários locais como a França, Londres, Roma, o cemitério judeu de Praga e a Turquia, cruzam seus movimentados destinos em busca de respostas que ultrapassem a simples interpretação de um quadro. O que está em jogo, tenham eles conciencia ou não, é o momento em que revelam a si mesmo e aos outros sua própria essência: a "transfiguração" de cada um, com todas as consequencias, as vezes tragicas, que isso pode trazer.

Intrigas sentimentais, manobras politicas, discussões sobre arte e a investigação de um crime fazem parte deste romance repleto de acontecimentos e aventuras que nos oferece um retrato ao mesmo tempo histórico e moral do nosso tempo, com grande riqueza e profundidade.