Os recursos gráficos de diagramação de um jornal, voluntariamente ou não, podem estimular interpretações subjetivas que suscitem o estabelecimento de novas significações e simbologias. Seria possível então afirmar que o crescente destaque dado às matérias e imagens que tratam da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro extrapole o papel informativo da notícia e passem a fomentar uma reordenação das relações sociais, que se baseia essencialmente na insegurança e no medo, atuando na contramão de valores e princípios fundamentais para estruturação de uma cultura de garantia de direitos e solidariedade?
Porque a Violência é tratada como espetáculo pela mídia?
A dramatização das tragédias cotidianas poderia impulsionar a segregação de grupos sociais?
Como os recursos gráficos e editoriais poderiam estimular um imaginário comportamental capaz de reordenar as relações sociais?
É fato que notícia é um produto. É informação industrializada e comercializada. Mas quem decide o que merece ser noticiado? E como? Pode o formato da notícia interferir na compreensão do leitor?
Esse trabalho se abre a essas reflexões a partir da análise de algumas manchetes do jornal O Dia publicadas em 2007. As questões continuam presentes, assim como a necessidade de entender esses processos. Talvez algumas respostas que você procura estejam aqui.
Comunicação / Não-ficção