É o mês de abril de algum ano da década de 30. O cenário, os montes Malditos do norte da Albânia. Ali o século XX se manifesta apenas na fugaz passagem de um avião. Sob os cumes nevados há um reino de bruma, lenda e epopeia, um universo medieval que deita suas raízes nos remotos tempos homéricos.
Um código de leis não escritas, o Kanun, implacável draconiano, rege a vida e a morte dos montanheses. Seu valor supremo é o culto da honra. Famílias, aldeias inteiras passam gerações a se matar ("recuperar o sangue") em infinitas vendetas. É à sombra do Kanun, "a Constituição da morte", que Ismail Kadaré recorta a silhueta de suas personagens, exibe sua sensibilidade para as miudezas do cotidiano e para os abismos da loucura.
Ficção / Literatura Estrangeira