Ah, é?

Neste livro, em mini-histórias, Dalton realiza o corte antológico que se reveste de um valor próprio, pois não é apenas a reprodução de fragmentos de histórias presentes em outros livros, mas sim uma tendência formal que o levará à síntese ou à narrativa fragmentada,com minúsculas sequências. São flashes mínimos que, aos poucos, vão dando forma à história. Esses fragmentos podem ser tomados como haicais, peças soltas que compõem um conjunto caótico. O recorte e a nova disposição conferem-lhes uma significação nova.



E o universo que se desnuda diante dos olhos do leitor é o mesmo presente nas páginas de jornais sensacionalistas, na tela da televisão com programas que exploram o grotesco, de reportagens escabrosas, o cotidiano escancarado e observado clandestinamente pelo leitor "voyer".