O livro conta a história de Elsa, uma governanta alemã contratada por um membro da burguesia industrial paulistana para iniciar sexualmente seu filho adolescente. A partir do momento em que entra na casa dos Souza Costa, Fräulein como todos a chamavam conquista rapidamente a família, mas não se acostuma com a cultura dos novos-ricos brasileiros. A protagonista do romance é um ser humano dividido entre razão e emoção. O lado racional da governanta busca justificativas para a profissão de professora de amor, mas é o lado emocional que a faz se entregar à tarefa - ela alimenta a esperança de voltar para a Alemanha que abandonara depois da Primeira Guerra Mundial e se casar com o homem dos seus sonhos. Classificado pelo autor como 'idílio' texto leve sobre o amor, o livro fala da iniciação sexual de um adolescente com ironia, numa narrativa experimental para a época. As cenas são separadas graficamente, como cortes cinematográficos. O narrador é um personagem como todos os outros, alter ego do autor - utiliza metáforas musicais, discorre sobre teorias literárias, faz crítica de arte, numa linguagem que Mário chama de 'brasileira' - coloquial, repleta de palavras e expressões do cotidiano de todo o país. Publicado em 1927, 'Amar, verbo intransitivo' completou oitenta anos, contrariando o prognóstico do autor de que escrevia algo enraizado numa época, sem chances de interessar ao Brasil do futuro.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance