Amar, verbo intransitivo foi e continua a ser atual e mesmo revolucionário. Classificado pelo autor como "idílio", é, de fato, um romance experimental, modernista e moderno, cinematográfico. Mário de Andrade que, desde Paulicéia desvairada vem se inclinando para os deserdados da sorte, com a empatia de um verdadeiro expressionista, consegue captar a alma da mulher. Expressa-se magistralmente no feminino quando cria Fräulein, a governanta alemã, professora de amar. E esta heroína se recorta com grande autonomia, ingressando no rol das melhores personagens femininas da Literatura Brasileira, machadianamente singular, acima da moralidade. Leitor fino da alma da mulher, Mário soube denunciar sua marginalidade num mundo marcado pelo poder masculino. Traz uma percepção aguda e válida, mensagem viva.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance