Imaginem um pianista que, no auge de sua carreira, perdesse os dedos da mão, ou um jogador de basquete que perdesse os braços. Agora pense em uma grande executiva na área de comunicação de uma grande empresa, responsável por uma verba altíssima, em milhões de dólares, perdendo o domínio da linguagem escrita e falada, como conseqüência de um acidente vascular cerebral, um AVC. Este é o dramático relato de Marilene Lopes que, como Diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos de uma multinacional, acorda uma manhã com o braço direito paralisado e com limitações na fala e no raciocínio. O problema é que esta competente executiva - que tinha alcançado um indiscutível sucesso profissional como resposta à educação mineira de menina única em uma família com dois irmãos e muitos tios homens, cujo futuro deveria ser, invariavelmente, o casamento e o lar -, não costumava pedir ajuda, nem sabia como pedir socorro.