Trata-se, na presente obra, de engendrar uma produção de Artaud numa espécie de encarnação de uma escrita regada pelo sangue e pela vontade de potência numa vivência radical da crueldade. Vivenciar é experimentar pensamentos nômades, produzir uma escrita das vísceras, elaborar conceitos grávidos de acontecimentos inseridos no universo da contaminação e não da cópia. Nascido em 1896, Antonin Artaud, o crucificado, foi encontrado morto, no dia 4 de março de 1948, na clínica Ivry, subúrbio de Paris. Meio século após sua morte, ele continua suscitando paixões e mitos. Artaud, o inclassificável, se encontra em todas as encruzilhadas do pensamento contemporâneo: teatro, cinema, música, dança, pintura, metafísica, poesia e psiquiatria. Artaud excede as fronteiras e desenraíza todas as genealogias.