A caravela São Pedro, que integrava uma esquadra portuguesa a caminho das Índias, navegava acima da linha do Equador, quando na noite de 20 de abril de 1511, marinheiros caíram no mar, mas sobreviveram agarrados a umas ilhotas, no meio do oceano. Foram resgatados pela caravela São Paulo e, assim, foi batizado o Arquipélago de São Pedro e São Paulo - ASPSP.
Na verdade, esse conjunto de dez ilhas é o topo de uma gigantesca montanha, de 4 mil metros, que nasce no fundo do Atlântico. Estudos mostram que em certo momento a crosta da terra rachou e deu origem à falha tectônica São Paulo. Ocorreu, então, fenômeno muito raro, a rocha incandescente do manto terrestre aflorou por meio dessa fratura, se solidificou no mar e surgiu o Arquipélago.
As ilhas oceânicas, normalmente, são de origem vulcânica. Nesse caso especial, as rochas do ASPSP estão relacionadas à formação da terra e trazem pistas sobre a separação dos continentes e o surgimento dos oceanos. Estima-se que o cume esteja emerso há 10 mil anos, equipamentos modernos permitiram observar a taxa de soerguimento de 1,5 milímetros ao ano, competindo com a erosão na superfície. Além da Geologia, outros campos da ciência se beneficiam da área emersa de 17 mil m², um laboratório no meio do oceano. Ambiente vocacionado para pesquisas sobre Meteorologia, Oceanografia, Biologia, Geofísica Marinha e Engenharia de Pesca, pois a biodiversidade desse ecossistema insular é impressionante.
Os fotógrafos foram felizes ao captar, nas magníficas imagens deste livro, o espetáculo da natureza com a luz de diferentes momentos. Os olhares cheios de inspiração nos permitem contemplar, mais que isso, valorizar o trabalho de pesquisadores e marinheiros naquela região única e a importante contribuição para mentalidade marítima do nosso povo e o futuro do nosso país.
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