As muitas vistas de uma rua

Ruas nos fornecem trajetos, mas elas têm suas próprias trajetórias, suas histórias. A Rua Riachuelo, uma das mais antigas de Curitiba e localizada no coração desta cidade, viveu diversos momentos: de glória e fervor comercial e político; de declínio, deterioração e esquecimento, de degradação. Sua história remonta pelo menos até os anos 1820-1830, quando passa a aparecer nas atas da Câmara Municipal, sob a alcunha de Rua Lisboa ou Rua dos Lisboas. Já foi chamada também de Rua dos Veados, Rua do Campo e Rua da Carioca, tendo ganhado seu atual nome, Rua Riachuelo, em 1871, uma homenagem à batalha da Guerra do Paraguai.

Antes de ser de patrimônio cultural, escrevemos aqui sobre patrimônio cultural. Não se trata de um trabalho de defesa da Rua Riachuelo enquanto patrimônio, mas de uma reflexão sobre os discursos (formais e informais) em torno dela, explicitados em um momento de revitalização da mesma, que estão atrelados à ideia de patrimonialização. Conforme proposto no projeto que viabilizou o presente trabalho, interessa aqui pensar a Riachuelo não em termos de suas unidades edificadas, mas enquanto paisagem cultural que é formada por unidades edificadas, pessoas, discursos, intervenções e políticas públicas e de urbanização ao longo de sua existência.

História / Sociologia