As Psicoses Infantis

As Psicoses Infantis Margaret Mahler

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As Psicoses Infantis


e Outros Estudos




Muitos autores consideram ser importante identificar sinais nas crianças do que poderia tornar-se psicose mais tarde, ressaltando com isso o papel da intervenção precoce nesses casos. Alguns são mais enfáticos e já consideram a existência das psicoses, de fato, na própria infância. Mahler, ao sistematizar os achados de suas pesquisas, separa e descreve os tipos de psicoses infantis basicamente em simbiótica e autística. Para ela, os bebês passariam, durante o processo de separação e individuação, por fases, quais sejam: autista normal, simbiótica e diferenciação. Primeiramente a criança nasceria apenas biologicamente, precisando, posteriormente, ser inaugurada psicologicamente. Segundo a autora, o objetivo seria tornar-se uma entidade individual, separada, adquirindo um, ainda que primitivo, primeiro nível de identidade do self. Assim fica entendido que se acontecem “falhas” durante esse desenvolvimento, essas aumentariam as chances para a “instauração” de quadros de psicoses infantis.
Da mesma forma, Winnicott aponta para algo parecido ao descrever o que chamou de “conseqüências de falhas no cuidado ambiental” que seriam a esquizofrenia infantil ou autismo, falso self e personalidade esquizóide. A criança experimentaria nessas condições agonias impensáveis tais como se quebrar em pedaços, cair para sempre, não ter conexão alguma com o corpo, as quais referem a essência das ansiedades psicóticas. Os cuidados para com o bebê seriam então de fundamental importância para promover a integração e personalização do ego e fazer com que a criança consiga se integrar em uma unidade (o que seria uma conquista da fase de dependência absoluta proposta pelo autor). Ainda durante os referidos cuidados, Winnicott ressalta a importância da interação e troca entre mãe e bebê de olhares, toques, caracterizando o que ele chama de espelhamento.
Seguindo nessa linha, Laznik (ainda que essa não aposte na existência de psicoses infantis, mas considere que isso é algo ainda em estruturação nessa fase da vida) também acredita que se há problemas na relação especular do bebê com o outro é interessante que se faça uma intervenção, pois caso contrário pode ser que o estádio do espelho não se constitua de maneira conveniente. A autora explica, ao retomar Lacan, a importância particular desse tempo do estádio do espelho de reconhecimento da imagem especular pelo Outro. Este é o momento em que a criança se vira para o adulto que a segura e pede para que esse ratifique pelo olhar o que ela percebe no espelho como assunção de uma imagem. A autora completa dizendo que é crucial esse momento da relação jubilatória à imagem do espelho porque é ela que vai dar ao bebê o sentimento de unidade e a base da sua relação com os outros.

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26/06/2013 12:09:45

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