As Setas do Cupido

As Setas do Cupido Edith Templeton


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As Setas do Cupido





Depois de lançar o polêmico Gordon romance escrito originalmente em 1966, proibido na Inglaterra e na Alemanha, e só publicado no Brasil em 2007, agora é a vez dos leitores conhecerem a faceta cronista da polêmica escritora. As setas do cupido reúne sete narrativas, a maioria delas publicadas originalmente na revista New Yorker, a partir da década de 50. Em comum, as histórias se destacam por quebrar tabus e capturar o universo feminino de sua época, sempre mesclando ficção com a conturbada trajetória da autora. O resultado é um mosaico com fragmentos do desejo feminino na segunda metade do século XX, a partir do ponto de vista de uma mulher ousada e cosmopolita, que passou pelas maiores revoluções culturais e sociais, no olho do furacão. Os contos trazem a originalidade do universo da autora nascida em Praga, em 1916, mas que viveu em várias partes do mundo. “O bolo da igualdade” leva o leitor a visitar o charme de um castelo na Boêmia e seus personagens (a avó, a mãe, o tio, a cozinheira) e, anos depois, a revisitá- lo, já como propriedade do governo popular tcheco; “Um encontro no café” narra o estranho romance entre uma mulher casada, de férias em Praga, com um homem misterioso, onde não há futuro, nem planos, nem esperanças, mas somente o prazer do momento. A história que dá título ao livro foi considerada a mais escandalosa já publicada à época na revista New Yorker e narra o perturbador romance entre uma jovem oficial inglesa e seu superior americano, em um escritório militar durante a II Guerra Mundial, em Londres. O romance, que durou apenas duas noites, mudou a vida da heroína para sempre. Fatos da vida real de Edith Templeton estão sempre presentes nas narrativas e revelam sua origem aristocrática, seu sentimento de desenraizada, sua visão do universo feminino permeando as mudanças impostas pelas circunstâncias históricas do seu tempo. São casamentos desfeitos, relacionamentos momentâneos, oportunidades perdidas, confrontos de classe, amizades de ocasião, usos de privilégios, tristezas e decepções. Torna-se inquietante constatar a íntima relação dos enredos das histórias com a vida real da escritora, numa fusão mágica e indecifrável entre ficção e realidade. O prazer maior na leitura de As setas do cupido reside mesmo na fluidez da sua escrita, na originalidade das situações, na elegância das descrições de ambientes e de personalidades, na liberdade de suas misteriosas personagens, no olhar feminino para a paixão em qualquer época. O leitor se deixa levar pelas narrativas, como que enfeitiçado pelo estilo original da autora que resgata seu lugar entre as maiores escritoras do século XX.

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on 28/9/21


Edith Templeton nasceu em Praga, vinda de uma família da nobreza local, e pouco antes da Segunda Guerra casou-se com um britânico e foi para a Inglaterra. Foi um casamento violento que não durou muito. Casou-se novamente com um cardiologista que cuidava do Rei do Nepal e se mudaram para a Índia. Depois se fixaram na Itália. Desde os anos 50, Edith escrevia contos para o The New Yorker. Nos anos 60, publicou um romance de inspiração autobiográfica chamado "Gordon", que seria proibid... leia mais

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Erika Saab
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25/12/2009 16:44:05

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