Para Mempo Giardinelli, definir o conto é uma tarefa não só incerta como de fato impossível. Não apenas pela diversidade de enfoques teóricos mas, também, porque para o autor o conto é o gênero mais moderno e de maior vitalidade. As razões para tal posição podem ser encontradas nos ensaios introdutórios deste volume, que tratam da história do conto, da sua definição como gênero e da sua estrutura. E, sobretudo, nas entrevistas realizadas com outros escritores. Aí aparecem nomes como Antônio Skármeta, Silvina Ocampo, José Donoso, Adolfo Bioy Casares, Carlos Fuentes, Daniel Moyano e Juan José Manauta, entre outros, discorrendo sobre este gênero narrativo e revelando suas relações afetivas com o conto, seus começos, dificuldades, preferências e descobertas.
Assim se escreve um conto não apenas permite conhecer melhor uma série de escritores de língua espanhola como também, para os que escrevem e gostam de ler, resolve um dos principais problemas: o de ficarem limitados ao espontaneísmo criador. "Com Assim se escreve um conto, Mempo Giardinelli oferece o que se poderia definir como uma verdadeira poética do conto. Mas uma poética múltipla e variada, formada pelas diferentes vozes de grandes escritores que, em entrevistas abrangentes, falam de suas relações afetivas com o conto, seus próprios começos, suas dificuldades, preferências e características.
Assim se escreve um conto reafirma a vitalidade deste gênero literário e seu potencial de beleza, emoção e humanidade - o que é confirmado pela lição de Antonio Skármeta: "A grande dignidade do ser humano quando se dá conta de sua pequenez: o bom conto tem este cenário por tema, quase sempre"."
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