Jerzy Kosinski nasceu em Lodz em 1933 com o apelido Lewinkopf. Após a invasão da Polónia pelos alemães em 1939, foi separado dos pais e enviado para a proteção possível de estranhos, partilhando o destino errante de milhares de crianças judias polacas. Com estudos superiores em Sociologia e Ciência Política, uma bolsa da Fundação Ford permitiu-lhe viajar para os Estados Unidos em 1957, onde se estabeleceria. Aprendendo inglês e sobrevivendo como podia, escreveu o livro de ensaios The Future Is Ours, Comrade: Conversations with the Russians sob o pseudónimo Joseph Novak. Em 1965, a edição de The Painted Bird marcaria o início de uma carreira fulgurante no mundo das letras norte-americanas. Das suas obras posteriores podem destacar-se Steps (que venceu o National Book Award de 1969), Being There e The Devil Tree.
Transformado numa celebridade, Kosinski conjugava o convívio íntimo com a beautiful people da upper (e lower) Manhattan e Hollywood com o trabalho de professor, novelista, ensaísta, presidente da secção americana do PEN, fotógrafo, argumentista de cinema (adaptando Being There para Peter Sellers, no que viria a ser o último filme deste) e ator (uma intensa encarnação de Grigory Zinoviev no épico de Warren Beatty Reds).
Como efeito de uma decadência física acentuada, de uma profunda depressão ou, como escreveu John Corry, por ter sido finalmente apanhado pelos seus fantasmas, Kosinski suicidou-se a 3 de Maio de 1991 em Nova Iorque.