Ludwig Tieck (1773-1853) foi um dos pioneiros do Romantismo alemão ao lado de figuras como Novalis, Wackenroder, os irmãos August e Friedrich Schlegel, Schleiermacher, Schelling. Grande admirador de Shakespeare e Calderón de la Barca, Tieck concebia a literatura como terreno supranacional e como área de convergência de diferentes tradições e perspectivas. Com isso, absorveu inúmeros elementos da cultura popular (contos de fadas, lendas, superstições) e os fundiu a vertentes de sua época, entre as quais a da narrativa gótica e de horror, em voga desde a segunda metade do século XVIII. Em Tieck, o macabro tornasse expressão de questionamentos sobre a relação entre sujeito e mundo e sobre a própria noção (inspirada no senso comum) de que existiria uma realidade única e independente do ponto de vista daquele que a observa ou descreve. Tieck formulou esteticamente indagações que ecoaram pelo Romantismo alemão, expressando anseios e inquietações indissociáveis de sua produção poético-literária.