Leonardo Fróes


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| Local: Brasil - Rio de Janeiro - Itaperuna

Leonardo Fróes nasceu em Itaperuna, município fluminense, em 1941. O poeta, tradutor, jornalista, naturalista e crítico literário brasileiro cresceu e foi criado, no entanto, na cidade do Rio de Janeiro. Como jornalista, foi redator do Jornal do Brasil e O Globo. Escreveu também para o Jornal da Tarde, de São Paulo, onde assinava a coluna "Verde". Viveu em Nova Iorque por alguns anos, passando também por alguns países europeus.

O poeta estreou em livro com a coletânea Língua Franca, em 1968. Seguiram-se A Vida em Comum (1969), Esqueci de Avisar que Estou Vivo (1973), Anjo Tigrado (1975), Sibilitz (1981), Assim (1986), Argumentos Invisíveis (1995), Um Mosaico Chamado a Paz do Fogo (1997), Quatorze Quadros Redondos (1998) e o mais recente Chinês com Sono Seguido de Clones do Inglês (2005).

É um dos mais importantes e respeitados tradutores brasileiros e, mesmo se esta constituísse sua única atividade artística, Leonardo Fróes já mereceria lugar de destaque no cenário cultural brasileiro contemporâneo. Traduziu para o português trabalhos de William Faulkner, Percy Bysshe Shelley, Malcolm Lowry, D. H. Lawrence, Jonathan Swift, George Eliot, Virginia Woolf, Rabindranath Tagore, André Maurois, Lawrence Ferlinghetti, Flannery O'Connor e Jean-Marie Gustave Le Clézio. Além disso, em seu trabalho como naturalista, trouxe para o País livros de especialistas como os do ornitólogo Helmut Sick e o mirmecólogo Edward O. Wilson.

Mas, além deste magnífico trabalho de tradução, Leonardo Fróes vem desde o final da década de 60 publicando com discrição seus livros tão bonitos de uma poesia delicada, sem alaridos, difícil de classificar e catalogar entre movimentos e gerações, o que talvez explique (mas certamente não justifica) certo silêncio que envolve seu trabalho. Especialmente quando consideramos sua qualidade. No entanto, se mesmo a poesia brasileira surgida na década de 50 ainda não foi devidamente compreendida fora das trincheiras de guerra entre grupos, apenas agora e aos poucos os poetas que estrearam na década de 60 vêm começando a receber maior atenção, alguns passando até mesmo por um processo de canonização, mas não sem polêmicas. A década viu o surgimento, além da poesia de Leonardo Fróes, de outras poéticas tão particulares e distintas entre si quanto as de Sebastião Uchoa Leite (1935 - 2003), Roberto Piva (1937 - 2010), Orides Fontela (1940 - 1998) e Torquato Neto (1944 — 1972), entre outros. Não é de surpreender que a crítica brasileira, que com frequência parece não saber distinguir o trabalho de crítica do de historiografia, sinta-se perdida, sem saber qual poética eleger como hegemônica para suas típicas generalizações. Assim, o trabalho destes poetas tem recebido, em geral, muito mais atenção crítica de outros poetas, mais jovens, que viram em alguns deles fonte de aprendizagem. Desta forma, alguns poetas ligados ao minimalismo de João Cabral, por exemplo, elegeriam como importante o trabalho de Uchoa Leite, ou poetas ligados a um trabalho mais visceral, digamos, sonhando unir os binômios vida/obra, que têm feito de Piva e Torquato mestres. Pessoalmente, confesso sempre ter tido minha atenção comandada, dentre os poetas surgidos naquela década, pelo trabalho de Orides Fontela. No entanto, pelo menos desde o lançamento de Vertigens - Obra reunida (1968-1998), a poesia de Leonardo Fróes vem encontrando a maior atenção que merece, sendo realmente uma das mais singulares do pós-guerra. É inócuo tentar enquadrá-lo nos debates entrincheirados do período. Quem sabe seu trabalho ajude a levar tanto nossa crítica como nossa historiografia literárias a uma atenção voltada ao trabalho individual de cada poeta. Se Pound dizia que a má crítica pode ser identificada por aquela que esquece o poema para falar do poeta, o que dizer da crítica brasileira, que esquece o poema e o poeta para dedicar-se muito mais ao "movimento", à "escola literária", fazendo de poemas e poetas meras tabelas ilustrativas?

Leonardo Fróes é um poeta muito bom, ainda aqui, vivo, produzindo, entre nós. Ao ler alguns de seus poemas, penso com frequência na declaração de Sérgio Buarque de Hollanda ao comentar outro poeta de Petrópolis, Dante Milano (1899 — 1991), sobre o qual disse em um ensaio: "Seu pensamento é de fato sua forma." O trabalho de Fróes parece-me uma boa fonte de aprendizagem sobre clareza de pensamento, simplicidade de apresentação que jamais se entrega ao meramente prosaico, aquilo que Ezra Pound chamava de "tratamento DIRETO da coisa, seja ela objetiva ou subjetiva."

Poemas
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Livros publicados por Leonardo Fróes (2) ver mais
    Poesia reunida (1968-2021)
    Contos orientais


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