De raiz puramente romântica, o conceito de gênio equacionou o individualismo burguês ao ideal de herói, processando um ser cujas capacidades da imaginação, ilimitada e imprevisível, estão claramente acima de qualquer racionalidade. Nesse sentido, surge um dos grandes gênios do poesia romântica (e por que não da poesia mundial?): Emily Dickinson. A poetisa nasceu em 10 de dezembro de 1830, na pequena cidade de Amherst, uma das regiões de raízes mais puritanas e conservadoras dos Estados Unidos, e morreu no mesmo local em 15 de maio de 1886,solteira por convicção e auto-exilada por mais de vinte anos. Em 1955, o crítico e biógrafo Thomas H. Johnson reuniu numa edição definitiva todos os seus 1.775 poemas. Daí em diante a obra de Emily Dickinson passou a ser reverenciada por uma crescente legião de críticos e leitores exigentes. "A word is dead / When it is said,/ Some say. / I say it just / Begins to live / That day."