James Blish




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James Blish


James Benjamin Blish


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Nascimento: 23/05/1921 - 30/07/1975 | Local: Estados Unidos - New Jersey - East Orange (Essex County)

James Benjamin Blish (East Orange, Nova Jersey, 23 de Maio de 1921 – Henley-on-Thames, 30 de Julho de 1975) foi um crítico e autor americano de Fantasia e Ficção Científica -- Enquanto colunista e crítico literário, Blish publicou seus ensaios de Ficção Científica sob o pseudônimo de William Atheling Jr.

James Blish formou-se em Zoologia em 1942. Depois de passar dois anos na equipe médica do Exército norte-americano, resolveu dedicar-se plenamente a escrever, pois descobriu a literatura ainda na juventude, quando editou seu primeiro fanzine, "The Planeteers". Fez sua reputação na Science Fiction como membro do conhecido Clube Futurians, durante os anos 40, década na qual publicou vários contos na revista Super Science Stories. Em 1959 ganhou o cobiçado Prêmio Hugo por seu romance Um Caso de Consciência (edições GRD). Entre seus romances e contos, um dos mais famosos é a trilogia Cities in Flight (1970) que permanecem notáveis até hoje, não tanto por seu espaço cósmico, mas devido à sua profunda humanidade, trágico pessimismo e senso de história social. Além de escritor, era um conceituado critico de ficção científica e, na área, publicou dois livros: The Issue at Hand (1964) e More Issues at Hand (1970), sob o pseudônimo William Atheling Jr.

James Blish também escreveu o primeiro romance trekker original, o excelente Spock Must Die(1970). Seu público aumentou consideravelmente graças à publicação das novelizações que fez dos roteiros da série Star Trek. Ele acabou onze volumes, sendo que o décimo segundo foi completado por sua esposa, Judy Lawrence depois de sua morte. Blish fez as adaptação dos episódios de Star Trek baseando-se exclusivamente nos roteiros originais das histórias, que acabaram sofrendo muitas modificações no processo de gravação. Dessa forma, muitas das histórias podem apresentar elementos completamente diferentes do que foi exibido pela tevê. Além disso, o autor sempre fez questão de enfatizar que, trabalhando com esses roteiros, tomou a liberdade de desenvolver os elementos que considerava, pessoalmente, mais interessantes na história.

Segundo o escritor David Gerrold "Blish era um romancista perfeito. Seu domínio da língua era (e continua sendo) um modelo da escrita cuidadosamente trabalhada. Ele usava as palavras como se fossem temperos: seu estilo era lúcido e delicioso, sua narrativa era fluente, sem jamais sacrificar a clareza de pensamento ou o objetivo, e sua atenção aos detalhes era impecável. " James Blish tinha um conhecimento de seu trabalho que transcendia o mero ato de escrever; era óbvio que ele dedicava muito de seu pensamento não apenas ao propósito de sua arte, mas ao próprio processo em si. Sua abordagem dos personagens e das idéias mostravam uma maturidade e uma profundidade que estavam ausentes mesmo nas principais romances de sua época. As histórias que escreveu foram marcos do gênero e afetaram a percepção de quase todos os outros escritores do gênero. Ele abriu novos horizontes temáticos na Ficção Científica -- inventando novas áreas de pensamento, abrindo caminhos para que outros as explorassem. Sua clássica história "Surface Tension", foi a primeira exploração feita pela ficção científica da reconstrução genética dos seres humanos: nessa história, os descendentes da tripulação de uma nave estelar colonizadora acidentada vivem uma existência microscópica entre as formas de vida protozoárias do planeta Hydrot. Eventualmente, um grupo de corajosos exploradores constroem uma "nave espacial" de madeira e que se locomove em rodas para pesquisar as terras que circulam o ambiente aquático em que se encontram.

O romance de Fc teológica de Blish vencedor do Prêmio Hugo, Um Caso de Consciência (1958), é uma das primeiras e mais famosas obras da Science Fiction - juntamente com a trilogia de Ranson de C. S. Lewis -, a explorar a relação entre Deus e o Homem. Nessa história, um padre jesuíta deve escrever os procedimentos de como a raça humana lidar com o povo de um planeta recém-descoberto. Enquanto ele descobre o ciclo de vida do povo de Lithia, sua própria fé é testada: o planeta parece ter sido deliberadamente concebido para refutar qualquer conceito que sua religião estabeleceu sobre os propósitos de Deus.

Em "Earthman, Come Home", Blish escreve sobre um tempo em que as grandes cidades do mundo foram enviadas para o espaço, dentro de imensos campos de força impulsionados por gigantescos motores. Ele escreveu sobre os efeitos sociais que essa macro-engenharia teria sobre as populações enviadas ao espaço, sobre os mundos que visitassem e sobre aqueles que ficassem para trás. Mesmo quando Blish foi além dos limites da ficção científica, ainda levava com ele o mesmo o processo metódico de fazer perguntas e procurar respostas. Em Black Easter (1968-1971) explorou os temas metafísicos, desta vez em um contexto de fantasia, no qual a afirmativa de Nietzsche de que "Deus está morto" é explorada na sua terrível inevitabilidade. Ele pensou na fantasia religiosa como um tipo de questionamento científico dentro da própria teologia: um grupo de padres confrontam as forças do inferno, como numa pesquisa da existência de poderes sobrenaturais e, portanto, na busca de uma prova da existência de Deus.

Como crítico e ensaísta, James Blish defendia a ficção científica como algo mais do que apenas um subgênero de uma subliteratura; ele via essa literatura da imaginação como um laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Humanidade e de suas percepções sobre si mesma e o Universo. Em sua coluna regular para a Galaxy Science Fiction, atuava como conselheiro, animador de torcida, capataz e homem do tempo. Suas análises eram cheias de insights e altamente estimulantes, algo que sempre criava uma expectativa misto de avidez e apreensão, caso fosse você o autor analisado, mas que fazia a leitura da obra ser antecipada com imensa satisfação caso fosse você o leitor.

[NOVELIZAÇÕES] É curioso destacar que ao mesmo tempo que as adaptações feitas por James Blish para Star Trek são consideradas trabalho de menor importância em sua carreira, também eram seu trabalho financeiramente mais compensador. Ele também sabia, achando um pouco de graça, que havia recebido mais correspondência de fãs por causa de seus livros de Star Trek do que durante toda sua carreira anterior. Ele não se sentia afetado por isso, ao contrário, de certa forma ficava admirado com o fenômeno Star Trek. E também estava muito satisfeito com o interesse que os fãs de Star Trek começavam a demonstrar pelo resto de seu trabalho. Mas é bom que se diga mais uma vez que James Blish escreveu suas adaptações de Star Trek antes de ser capaz de ver a maioria dos episódios sobre os quais estava escrevendo: Blish e sua esposa Judy viviam na Inglaterra. A British Broadcasting Corporation não comprara os direitos de exibição de Star Trek até o inicio dos anos 70 Blish tinha de escrever todas as suas adaptações baseando-se nos roteiros que eram enviados pela Paramount Pictures. Em alguns casos, ele nem mesmo trabalhava com o roteiro final, mas com as primeiras versões do mesmo episódio. É por isso que vocês vão encontrar discrepâncias ocasionais entre as adaptações de Blish e o episódio exibido na tevê (por exemplo, Sulu está presente na adaptação que Blish fez de Problemas aos Pingos, mas o personagem não estava presente no episódio porque George Takei estava, na época, ocupado fazendo um outro filme. Sulu só esteve presente na primeira versão do roteiro, com o qual James Blish teve de trabalhar). Portanto, Blish fez as adaptações sem ter o menor contato com a série, o que justifica seu visível desconhecimento de alguns dos elementos básicos do universo de Star Trek. Com o andamento do processo de adaptação, no entanto, o autor começou a desenvolver familiaridade com os personagens e situações características da série, o que fica visível em seus textos posteriores. É preciso destacar também que o autor não fez essa adaptação obedecendo-a ordem cronológica de produção ou exibição dos episódios. Em função disso tudo, muitas vezes as primeiras histórias apresentam uma estrutura muito mais coerente do que algumas adaptações posteriores. À medida que foi travando conhecimento com os personagens e a proposta da criação de Gene Roddenberry, o autor resgatou muito o espírito da obra. E, à medida também que seus livros foram publicados, Blish teve a oportunidade de travar conhecimento com os fãs da série, que escreviam falando de Star Trek e demonstrando interesse por ficção científica em geral. O autor comentou, na época, ter ficado agradavelmente surpreso com a repercussão de seus livros, o que provavelmente fez entender melhor a importância de Star Trek dentro da ficção científica. Blish faleceu em 1975, vítima de câncer do pulmão, aos 54 anos, seu último romance Midsummer Century (1972) ironicamente destacava um cientista que lidava com inteligência artificial e evolução. Com relação à sua segunda esposa J. A. (Judith Ann) Lawrence, podemos dizer que ela o ajudou a completar as adaptações dos episódios de Star Trek e também escreveu Mudd s Angels, uma adaptação dos episódios Mulheres de Mudd (Mudd s Women) e Eu, Mudd (I, Mudd), que foi publicado à parte dos doze volumes da coleção original. Atualmente vive na Grécia, onde continua escrevendo contos, artigos e livros sobre viagens.

Fantasia
Ficção-Científica

Livros publicados por James Blish (39) ver mais
    The Science Fiction Hall of Fame
    Works of Art
    Estrelas Semeadas
    O Homem Duplicado
    O Triunfo do Tempo
    A Terra é Uma Ideia Boa - II


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