R. F. Lucchetti




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R. F. Lucchetti


Rubens Francisco Lucchetti


4.8
32 avaliações

Nascimento: 29/01/1930 | Local: Brasil - São Paulo - Santa Rita do Passa Quatro

Escreveu e publicou ao todo 1.547 livros, 300 histórias em quadrinhos, 25 roteiros de filme e centenas de programas de rádio e televisão e inúmeros contos para revistas pulp.

É considerado o "Papa da Pulp fiction" no Brasil. O MESTRE DO #TERROR BRASILEIRO!

Rubens Francisco Lucchetti – desenhista, teorizador e novelista policial. Escreveu seriados e peças radiofônicas. Organizou eventos culturais/cinematográficos. Fez cinema experimental, roteiros para histórias em quadrinhos, fotonovelas, televisão e cinema.

É autodidata, freqüentou até o quarto ano primário do Grupo Escolar “Tomas Galhardo”, de Vila Romana, na capital paulista. A par de sua intensa atividade literária e artística, Lucchetti exerceu as mais variadas profissões: desde almoxarife a gerente de cinema, desde chefe de escritório a editor. A seguir, vamos conhecer um pouco da TRAJETÓRIA DE LUCCHETTI:

R.F.LUCCHETTI – como é conhecido – tem cerca de 31 livros e mais de 200 textos entre contos, novelas e folhetins publicados, desde os anos 40 até o final dos 70, em praticamente todos os magazines pulps brasileiros: X-9, Detective, Policial em Revista, Meia-Noite, Suspense (de Alfred Hitchcock), Emoção, Contos de Mistério, etc. Com o desaparecimento dessas publicações, criou suas próprias revistas: Série Negra, Aventura e Mistério e Mistérios, nas quais redigia todos os textos, assinando-os com os mais diferentes nomes para dar a impressão de que eram escritos por vários autores. Por absoluta falta de infra-estrutura dos editores para manterem lançamentos mensais, nenhuma delas foi além do segundo ou terceiro número. No ano de 2007 completou sessenta e cinco anos como autor, perseguindo sempre os gêneros: Detetive, Mistério & Horror, caso único no Brasil. Seu primeiro trabalho, o conto “A Única Testemunha”, foi publicado no jornal ‘O Lapiano’ do bairro de Vila Romana, onde sua família residia.

Mas sua produção raramente está assinada com o seu próprio nome, tendo adotado os mais variados pseudônimos e alguns heterônimos, porém, foram sugeridos pelos próprios editores, que não acreditavam num nome latino asinando textos de Mistério & Horror.

Foi a partir de 1942, mesmo ano da publicação de “A Única Testemunha”, que começou a escrever argumentos que eram radiofonizados por Octavio Gabus Mendes, em seu programa diário de rádio, que apresentava peças completas de 30 minutos. Esse vinculo com o famoso homem de rádio foi interrompido em 1945, com a mudança da família de Luccheti para a cidade de Ribeirão Preto.

A partir de janeiro de 1948, com a publicação do seu artigo “Viagem à Lua” no ‘Diário da Manhã’, de Ribeirão Preto, onde seu primo Luciano Lepera era o redator-chefe, iniciou sua intensa atividade jornalística, publicando quase diariamente um artigo em um dos jornais daquela cidade. Sua colaboração era basicamente constituída de textos sobre Cinema, Literatura e contos. Essa colaboração deveria se estender até 1960, quando sua carreira tomou outro rumo.

Nos anos 1956/58, atendendo a um pedido de Aloysio Sila Araújo (outro famoso homem da radiofonia brasileira que, juntamente com Manoel de Nóbrega, teve um dos mais populares programas de rádio, “Cadeira de Barbeiro”), na época diretor de broad-casting da PRA-7 Rádio Clube de Ribeirão Preto, criou ‘O Grande Teatro de Aventuras’, apresentado diariamente nos finais da tarde; ‘O Grande Teatro A7’, levado ao ar aos domingos à noite com peças de quase duas horas e que uma vez por mês era substituído pelo ‘Grande Teatro do Mistério’, com scripts originais ou adaptados dos clássicos do gênero.

Em 1961, com a inauguração da TV-Tupy de Ribeirão Preto, que ficava no ar das 18:00 às 20:00h quando começava a gerar imagem de São Paulo, passou a integrar o cast da emissora, escrevendo e apresentando uma vez por semana uma série policial-enigma, ‘Quem Foi?’. O programa era produzido ao vivo com uma só câmera e com a participação do telespectador que, por telefone, tinha que esclarecer o mistério proposto. Lucchetti, que já era o pioneiro do radioteatro em Ribeirão Preto, tornou-se também da televisão e quem sabe até mesmo da participação do telespectador por telefone, uma vez que não tenho noticias de nenhum outro programa de televisão, antes do ‘Quem Foi?’, que o tenha utilizado.

Em 1956, ganhou como Melhor Novelista, no Concurso dos Melhores do Rádio do 1º Centenário de Ribeirão Preto (promovido pela Prefeitura e jornal ‘A Cidade’). O dia em que se escrever a história do rádio e da televisão de Ribeirão Preto, certamente Lucchetti merecerá um capitulo especial.

Durante dos anos de 1960/63, juntamente com Bassano Vaccarini, cenógrafo e artista plástico, um dos fundadores do Teatro Brasileiro de Comédia, criou o Centro Experimental de Cinema de Ribeirão Preto, produzindo 14 filmes, muitos dos quais premiados no Brasil e no exterior. A dupla é pioneira em filme abstrato (desenhado diretamente na película).

No mesmo período, idealizou, organizou e realizou sob suas expensas, vários festivais culturais-cinematográficos, como a Semana Chapliniana, Festival de Introdução ao Cinema Francês, Festival do Cinema de Animação (no Museu de Arte de São Paulo), Chaplin-Show, Festival Sherlock Holmes e I Festival Internacional de Cinema de Animação (na VIIIº Bienal de São Paulo), que somadas à produção do Centro Experimental, levou sua loja de autopeças à falência. De um certo modo, isso foi uma benção para ele, obrigando-o a mudar-se para São Paulo, cheio de dividas e começar vida nova.

Foi ainda a partir de 1960 que começa a colaborar esporadicamente na imprensa paulistana: ‘Diário de S.Paulo’, ‘Folha de S.Paulo’, ‘Última Hora’, ‘O Estado de S.Paulo’ e ‘Shopping News’. Essa atividade tornou-se mais assídua na imprensa portuguesa, escrevendo para ‘República’, ‘Diário de Lisboa’, alguns jornais provincianos e nas revistas ‘Celulóide’ e ‘Platéia’ e no Brasil, na RCC (Revista de Cultura Cinematográfica) e ‘Revista de Cinema’, ambas de Belo Horizonte.

De 1963 à 1985 marca presença em quase todas as revistas de histórias em quadrinhos de Terror & Horror, formando dupla com a maioria dos desenhistas brasileiros ou aqui radicados. Mas foi com o italiano Nico Rosso que mais se identificou, criando uma série de revistas que inovaram o gênero: ‘A Cripta’, ‘O Estranho Mundo de Zé do Caixão’, ‘Zé do Caixão no Reino do Terror’, ‘Coleção A Cripta’ e ‘Fantastikon’.

Durante os anos de 1967/68, trabalhou na TV-Bandeirantes e TV-Tupy de São Paulo, escrevendo os scripts dos programas: ‘Além, Muito Além do Além’ e ‘O Estranho Mundo de Zé do Caixão’, apresentados por José Mojica Marins e dirigidos, o primeiro por Antonio Seabra e Mário Pomponet e o segundo por Antonio Abujamra.

Entre 1968 e 1971 escreveu roteiros de fotonovelas para revistas femininas e de Terro, muitas das quais chegou a dirigir. Nesse período, foi diretor de redação da ‘Projeção’, uma revista dirigida aos exibidores cinematográficos; e o coordenador da ‘Melodias’, especializado em rádio, música, tv e cinema.

Foi a partir de 1967 que Lucchetti começou a sua carreira como roteirista de José Mojica Marins, sendo o responsável por seus treze filmes de terror, entre os quais, o premiadíssimo ‘O Estranho Mundo de Zé do Caixão’ e ‘O Despertar da Besta’ (Prêmio de Melhor Roteiro no IIº Rio-Cine Festival, 1986). Eu tive o prazer de ter Lucchetti como roteirista dos meus quatro longas metragens: ‘O Segredo da Múmia’ (Prêmio Melhor Roteiro no Xº Festival de Gramado, 1982), ‘As 7 Vampiras’, ‘O Escorpião de Escarlate’ e ‘Um Lobisomem na Amazônia’ (2005).

No inicio de 1972, Lucchetti transferiu-se para o Rio de Janeiro, para ocupar o cargo de editor de publicações especiais da Editorial Bruguera, que mais tarde mudaria seu nome para Cedibra. Ao aposentar-se em 1982 retorna a Ribeirão Preto e incrementa a sua produção de livros sob encomenda e, quando lhe sobra tempo dedica-se aos seus próprios projetos, que vão abarrotando gavetas, uma vez que lhe falta disposição para ficar correndo atrás de editores. As paredes de seu gabinete estão cobertas por mapas de Nova York, Londres, Paris e outras cidades e um arquivo sobre os assuntos os mais banais aos mais extraordinários. Escreve humor, romances, vidas romanceadas e se necessário for não duvido que escreva até bulas de remédios ou prefácios para máquinas agrícolas. Peça-lhe o que quiser e ele recorre a seu fabuloso arquivo e numa semana o livro estará pronto.

R.F.Lucchetti é, no fundo, um autodidata, movido mais pela intuição e pela sensibilidade que orientado por normas cientificas. É um bom exemplo da expressão low profile, que em inglês se aplica a pessoas discretas que não fazem alarde, demais. Jamais fez questão de ser best-sellers. Sempre procurou ser the-gost-writer. E é. Leiam-no. É um convite para a diversão.

Policial
Pulpfiction
Literatura Brasileira
Suspense e Mistério
Terror

Livros publicados por R. F. Lucchetti (112) ver mais
    Mundos Paralelos: Horror
    Os Mestres do Terror
    Almanaque Gibi Terror
    Escafandro: A Prisioneira (Escafandro #13)
    A Múmia
    À Meia-Noite Levarei Sua Alma


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Marcio
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e.s.n.t.s
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14/07/2023 20:17:01
João gregorio
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