O fato de Colette ter se tornado conhecida apenas pelo sobrenome dá a verdadeira medida de sua condição como escritora e celebridade. Em 1954, o obituário do "The New York Times" notava que ela era a segunda mulher a ter sido premiada com a Légion d'Honneur.
Embora o sucesso de Colette transcendesse gêneros, e Paul Claudel a chamasse de "Maior nome entre os escritores vivos da França", boa parte de seus textos se preocupa com a construção da feminilidade.
O romance mais famoso, "Gigi" (adaptado para a Broadway por Anita Loos, com o papel principal para a então desconhecida Audrey Hepburn), lida com a socialização de uma jovem.
Em 1920, foi ao palco interpretar a personagem principal em "Chéri", adaptação de seu romance mais bem-sucedido. História ousada de amor, sexo e classes sociais, sua mistura de melancolia e desejo é representativa da obra de Colette.
Jovem e mimada, Chéri é alvo dos olhares de uma cortesã envelhecida, Léa - papel que mais tarde Colette assumiria, pois aos 70 anos, ainda continuava a ter amantes, homens e mulheres.