Gustavo Corção Braga formou-se engenheiro, em 1920, pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, especializando-se depois em eletrônica. Convertido ao catolicismo em 1936, voltou-se para a filosofia tomista, passando a estudar teologia com os monges beneditinos e tornando-se oblato. Teve importante atuação no Centro Dom Vital (RJ), fundado por Jackson de Figueiredo.
Jornalista polêmico e anticomunista, engajou-se na ala conservadora do pensamento católico e, a partir de 1946, escreveu para diversos jornais: Tribuna da Imprensa, Diário de Notícias e O Estado de S. Paulo. Em sua obra, destacam-se "A Descoberta do Outro" (1944), um impressionante relato de sua conversão ao catolicismo, "Três Alqueires e uma Vaca" (1946), ensaio no qual explica, de maneira pormenorizada, a forte influência de G. K. Chesterton em sua formação, e "Lições de Abismo" (1950), seu único romance, uma das obras-primas da literatura brasileira, premiado pela Unesco e traduzido para inúmeras línguas.
O autor Ariano Suassuna assim testemunhou acerca de seu amigo, em 11/11/1971, para o número de novembro de 1971 da Revista Permanência, que homenageou os 75 anos de vida de Corção: "Ele era um homem boníssimo, talvez impulsivo e arrebatado nos seus impulsos, mas de uma bondade que transparece, à primeira aproximação, nos seus olhos pequenos, azuis, vivos, risonhos inteligentes e que – por mais estranho que isso possa parecer a quem não o conhece ou não gosta dele, de longe – são olhos de menino. Ele não tem nada de intratável: apenas é um homem de princípios, corajoso e inflexível quando sustenta os princípios que julga certos."