Chamava-se, de batismo, Ana Lins do Guimarães Peixoto. A reconhecida poetisa nasceu no Estado de Goiás em 20 de agosto de 1889 e morreu em 10 de abril de 1985. Mas, o reconhecimento não veio fácil ou logo.
Dizem que chamar Cora Coralina de poetisa é restringir seu talento. Era também contista, cronista de mão cheia e até mesmo jornalista, pois é sabido que tinha imensa habilidade de observar os acontecimentos cotidianos, retratando-os com fidelidade. O dom da escrita a acompanhava desde cedo. Tanto que aos 15 anos de idade, tornou-se Cora, uma maneira de esconder sua verdadeira identidade, pois naquela época “moça direita” não perdia tempo com escritos. Coralina surgiu depois e o significado não poderia ser mais poético: Cora Coralina quer dizer coração vermelho.
Da casa dos pais, Ana Lins partiu para São Paulo. Ela e Cantídio Tolentino Brêtas apaixonaram-se e fugiram para Jaboticabal (SP). Teve seis filhos. Lá levou a vida que a maioria dos brasileiros leva, renunciou vontades e sonhos para prover o sustento da família. A escritora saiu de cena, foi impedida de crescer, enquanto a trabalhadora, mãe e esposa assumia os compromissos da vida. Foi costureira, vendedora de livros, comerciante. Mas ainda assim, nunca deixou de escrever e de se empenhar em ajudar, principalmente às mulheres. Ana sugeriu a criação de um partido feminino e escreveu até mesmo um manifesto de agremiação.
Depois de viúva, já não havia quem lhe impedisse de se expressar por meio das palavras (dizem que seu marido a impedira de participar da Semana de Arte Moderna de 1922). Aos 70 anos aprendeu a datilografar e, entre retalhos de textos, produziu seu primeiro livro - Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais – aos 75 anos. Em 1976 lançou Meu Livro de Cordel e em 1980, recebeu uma carta de Carlos Drummond de Andrade, repleta de elogios sobre seu trabalho. Foi após a divulgação dessa carta que Cora Coralina tornou-se conhecida no país todo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina
http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal97/senado_arquivo.aspx