Felisberto Hernández (1902-1964) começou a estudar piano em 1911. Em 1926, passou a trabalhar como pianista num café de Montevidéu, início de uma longa carreira de concertista no interior do Uruguai e nos arredores de Buenos Aires. Paralelamente, lançou quatro livros de contos.
Em 1942, com problemas financeiros, vendeu o piano e abandonou a música. Esse gesto radical marcou o início de um período de intensa dedicação à literatura, escrevendo livros como Por los tiempos de Clemente Colling (1942), O cavalo perdido (1943) e Nadie encendia las lámparas (1947), além de alguns contos esparsos, como “Las hortênsias” (1949) e “A casa inundada” (1960). Em 1946, por intermédio do poeta Jules Supervielle, recebeu uma bolsa do governo francês para morar em Paris. Em 1948, voltou a Montevidéu, onde passaria o resto da vida.