Neste livro, a autora trilhou um caminho transitando entre duas armadilhas - primeiramente, teve de evitar que a relação entre filosofia e literatura se transformasse numa compreensão teórica da obra de arte; em segundo lugar, teve de superar a tentação de reduzir a percepção singular do escritor à descrição objetiva do filósofo. A autora logrou entender que, especialmente entre Proust e Bergson, esta vizinhança enseja uma comparação que pretende levar o leitor a entender cada um em si mesmo. Aqui, tentou-se mostrar como a filosofia e a literatura conduzem à participação no enigma do tempo em sua revelação infinita, e esta compreensão de uma verdade em vias de realização torna a existência mais humana e mais autêntica.
Filosofia